terça-feira, 15 de março de 2011

Competições x Condições Psicológicas



Muitos atletas que se preparam para uma competição conseguem atingir ótimos resultados durante o treino porém, quando competem deixam muito a desejar, atingindo índices inferiores aos dos treinos.

Em situações como essa fica evidente a capacidade física do atleta pois, se ele consegue atingir bons resultados em treinos, o que limita não pode ser seu condicionamento.

O que seria então? Podem ser fatores psicológicos.

São muitos os fatores que podem fazer o atleta 'perder sua força' no dia de uma competição. O primeiro pode ser a falta de concentração, ou seja, o atleta está tão preocupado com estímulos externos que deixa de preocupar-se com o que tem de fazer, com a tarefa que irá realizar.

É muito importante que o atleta, minutos antes da competição, concentre-se na tarefa em que fará, visualize o exercício, construa uma estratégia de prova, ative o seu corpo através de uma respiração adequada para enfrentar uma intensidade de força.

Exercícios respiratórios, mentalizações e visualizações - que podem ser feitos durante o alongamento - ou mesmo uma conversa com o técnico podem ajudar muito o atleta a entrar no clima da prova.

Um outro fator prejudicial ao desempenho do atleta é ele preocupar-se demais com o seu adversário. O atleta deve ter claro que ele tem total controle do seu treino e da sua estratégia, mas nenhum sobre o do outro atleta.

Quando o competidor é ultrapassado, ou ameaçado de ser ultrapassado, muitas vezes ele desconcentra-se e tenta 'buscar' o outro atleta, desviando-se da estratégia traçada e realizando uma força muitas vezes desnecessária, o que pode resultar numa fadiga prematura. Isso é tão verdadeiro que certas equipes, aproveitando-se do despreparo psicológico de alguns atletas, contratam os chamados coelhos, que entram na prova somente com o intuito de fadigar um competidor.

Se você traça uma estratégia com seu técnico, dentro dos limites do seu treino, deve confiar nela e executá-la. Se, em algum momento você for ultrapassado por um outro atleta é importante considerar as seguintes possibilidades: a estratégia dele pode ser diferente da sua, ele pode estar só querendo 'quebrá-lo' e, quando o fadigar, vai ou largar a prova ou reduzir a intensidade, ele pode não ter uma estratégia e vai fadigar alguns metros a frente e, principalmente, a sua estratégia pode ser melhor que a dele. Confie em você e em seu técnico.

Um último fator que pode estar presente é o estresse trazido pela própria situação de competição. O atleta cobra de si a vitória a todo custo, considerando a mesma como seu único objetivo. Um caminho tão rígido só permite duas possibilidades: vencer ou perder, ou seja, ou a glória ou o fracasso, o que impede que o atleta pense nos seus erros e cresça com eles. Não há nada mais estressante do que ter um único caminho a seguir, não ter escolhas.

Por isso é muito importante o atleta perguntar a si mesmo sobre o que deseja com aquela prova. Com o seu objetivo traçado, estabelecer metas e então planejar a sua prova. Se o objetivo não for realizado, o atleta terá condições de pensar quais metas foram cumpridas e quais não foram e discutir com seu técnico o que o impediu de cumprí-las.

Assim, o atleta poderá aprender com seus erros e crescer, entendendo cada prova como uma possibilidade de aprendizado. Desse modo, o atleta conscientiza-se de que ganha sempre, seja em aprendizado, seja em experiência, e o seu atual resultado passa a ser um ponto em um percurso, o que reduz o estresse uma vez que conta com um maior numero de possibilidades numa prova.

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